Em um feito médico sem precedentes, cirurgiões em Oxford realizaram o primeiro transplante de útero no Reino Unido. A paciente, uma mulher de 34 anos, recebeu o útero de sua irmã, de 40 anos. Ambas optaram por manter suas identidades em sigilo.
A complexa operação envolveu uma equipe de cerca de 20 profissionais e durou aproximadamente 17 horas. A irmã doadora, que já tinha dois filhos, decidiu doar seu útero após completar sua família.
Prof. Richard Smith, cirurgião ginecológico que liderou a equipe, descreveu o transplante como um “enorme sucesso”. A paciente transplantada expressou sua imensa felicidade e esperança de ter não apenas um, mas dois bebês. Ela teve sua primeira menstruação duas semanas após a cirurgia.
Como todos os pacientes transplantados, a mulher terá que tomar medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição do tecido. Devido aos riscos associados a esses medicamentos, o útero será removido após, no máximo, duas gestações. Ela nasceu com uma condição rara chamada MRKH Tipo 1, na qual o útero está ausente ou subdesenvolvido, mas os ovários funcionam normalmente.
Os custos do NHS para o procedimento, estimados em £25.000, foram cobertos pela caridade Womb Transplant UK. Mais de 30 membros da equipe médica doaram seu tempo gratuitamente. O Prof. Smith mencionou que há mais de 15.000 mulheres em idade fértil no Reino Unido com infertilidade absoluta do fator uterino, destacando a importância de avanços como este.
Em 2014, uma mulher na Suécia tornou-se a primeira a ter um bebê após um transplante de útero. Desde então, cerca de 100 transplantes de útero foram realizados globalmente, resultando no nascimento de aproximadamente 50 bebês.
Lydia Brain, de 31 anos, que precisou de uma histerectomia após ser diagnosticada com câncer de útero, expressou sua alegria com a notícia do primeiro transplante bem-sucedido no Reino Unido. Ela descreveu o feito como “milagroso” e compartilhou sua esperança de também receber um transplante no futuro.