O secretário de Saúde do Reino Unido, Victoria Atkins, alertou nesta terça-feira (8) que possíveis tarifas comerciais propostas por Donald Trump, caso ele retorne à presidência dos Estados Unidos, podem causar sérias interrupções no fornecimento de medicamentos ao território britânico.
Segundo Atkins, os planos tarifários em discussão nos EUA envolvem aumentos significativos sobre uma ampla gama de produtos importados, incluindo insumos farmacêuticos. Como grande parte dos medicamentos e seus componentes são produzidos ou passam pelos Estados Unidos antes de chegar ao Reino Unido, essas medidas teriam um impacto direto no sistema de saúde britânico.
“Estamos acompanhando de perto as propostas do ex-presidente Trump e avaliando os potenciais impactos em nosso fornecimento de medicamentos. Garantir o acesso contínuo a tratamentos vitais é uma prioridade absoluta do nosso governo”, afirmou a ministra durante sessão no Parlamento.
A preocupação do governo britânico se intensificou após declarações de Trump sobre a intenção de aplicar tarifas de até 10% em todas as importações, caso seja eleito novamente. Especialistas temem que essa política protecionista encareça produtos essenciais e cause atrasos na cadeia logística, especialmente na área da saúde.
Durante os últimos anos, o Reino Unido tem buscado diversificar suas rotas de importação de insumos médicos, especialmente após as interrupções vistas durante a pandemia de COVID-19. No entanto, os Estados Unidos ainda desempenham papel crucial no fornecimento de medicamentos e tecnologias médicas.
A Associação Britânica da Indústria Farmacêutica (ABPI) também se manifestou sobre o tema. “Mudanças abruptas em políticas comerciais entre parceiros históricos afetam diretamente a segurança de nossos pacientes. É fundamental que haja diálogo contínuo entre os países para garantir estabilidade”, declarou um porta-voz da entidade.
O governo britânico informou que já está em contato com autoridades americanas e com a indústria farmacêutica para avaliar possíveis alternativas logísticas e estratégias de mitigação. Apesar das incertezas, o Ministério da Saúde garantiu que o abastecimento de medicamentos será mantido como prioridade nacional em qualquer cenário.